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Inteligência Artificial, Machine Learning e os processos de uma fundação de apoio

Inteligência Artificial Machine Learning e os processos de uma fundação de apoio
Escrito por Conveniar

“Sua fundação está pronta para o futuro?”

Esse foi o questionamento que eu trouxe semanas atrás sobre o atual modelo das fundações de apoio. Uma discussão pertinente e extremamente necessária, mas que poucas fundações estão se fazendo.

Interessante como todo esse discurso “futurista” vem fazendo mais sentido a cada dia. Tive a oportunidade de participar esse ano do CASE 2017, o maior evento de startups da América Latina. Foram incontáveis as vezes em que vi grandes empresas e startups buscando talentos que tivessem alguma experiência em Inteligência Artificial e Machine Learning (Aprendizado de Máquina), sem contar o profundo interesse nos conteúdos sobre o tema.

Imagina se pudéssemos educar uma máquina para a tomada de decisão baseada em um histórico de ações e ela fizesse esse trabalho errando menos do que um ser humano. A princípio essa ideia parece muito futurista, mas está cada dia mais próxima da realidade.

Sempre quando se fala nesse nível de automatização, muitos gestores ficam preocupados com a perenidade do seu cargo e das suas funções.

“Será que eu vou perder o meu emprego?”

Mas se analisarmos por outra ótica, essa pode ser a oportunidade de desempenhar atividades mais estratégicas, que vão gerar mais negócios para a fundação e que podem ser uma boa oportunidade de aprendizado e emponderamento.

Imagine a seguinte situação: você recebe uma solicitação de compra do coordenador e precisa analisar se aquele pedido pode ser aprovado ou não. Quais as situações, nesse caso, devem ser analisadas para a tomada de decisão?

Existe previsão para aquele gasto no plano de trabalho? O projeto possui saldo para pagamento? De qual rubrica vai sair esse dinheiro? Qual a data de pagamento?

Esses e outros questionamentos fazem parte do processo decisório para o andamento do fluxo. E se esse trabalho não necessitasse de interferência humana? O próprio computador poderia escolher se aprovaria ou não um pedido, baseado nas informações da solicitação e no histórico do cenário apresentado.

Parece complexo, não é mesmo?

Um case prático e bem-sucedido sobre esse tema foi apresentado pela FUNDEP no Confies 2017. A fundação fez uma parceria com a Kunumi (http://www.kunumi.ai) – empresa que presta serviços na área de machine learning e inteligência artificial. A ideia era escolher um processo da fundação em que fosse possível automatizar a tomada de decisão. Depois de muito trabalho e treinamento do modelo, os pedidos passaram a ser aprovados automaticamente pelo computador, deixando a cargo do gestor somente os ajustes nas solicitações que fossem necessárias.

O gestor perdeu o seu emprego? Não! Hoje ele tem mais tempo para se dedicar a outras atividades que podem propiciar uma maior lucratividade para a fundação.

De maneira similar ao processo implementado pela FUNDEP, podemos imaginar uma infinidade de possibilidades dentro do dia-a-dia de uma fundação que permitem a aplicação de conceitos de IA e Machine Learning:

  • Auxílio na obtenção de propostas para os pedidos de compra do coordenador: Envio automático de propostas para possíveis fornecedores, levando em consideração o histórico de aquisição para o mesmo item.
  • Auxílio ao pesquisador por meio de chatbots: Aquela dúvida que o coordenador possui sobre o seu projeto pode ser resolvida por meio de um diálogo com um robô (e ele provavelmente nem vai reparar nisso).
  • Apoio no planejamento de gastos do coordenador durante a vigência do projeto: facilitar a utilização completa do recurso destinado à pesquisa implica em mais dinheiro para a fundação. Por meio da análise do histórico de comportamento, o computador pode sugerir ações que viabilizem a execução completa do plano de trabalho.

Pode parecer meio louco e muito distante da nossa realidade, mas as empresas não querem contratar apertadores de botões. Negar essa realidade “é tapar o sol com a peneira”.

Devemos olhar para o futuro, sim. O nosso modelo de fundações é insustentável. Até quando ele sobreviverá? Como posso desenvolver e treinar gestores que pensem no negócio da minha fundação?

Essas e outras perguntas detalharemos nos próximos artigos sobre o tema.

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