Já dizia aquele velho ditado, quem não é visto não é lembrado. Com a sua fundação não seria diferente. Reclamar da escassez de recursos para financiamentos de projetos é fácil, mas o que você está fazendo para atrair novas oportunidades de negócio para sua fundação? Com quantas pessoas você compartilhou no último mês a economia que sua gestão proporcionou ao orçamento do projeto?
Com a competitividade no mercado cada dia mais alta, as organizações mais bem-sucedidas já perceberam que a comunicação e o marketing são uma estratégia valiosa que podem trazer aquele gás nas vendas.
Na conversa que tivemos com Gustavo Menezes, professor e pesquisador da UFMG, Gustavo compartilhou com nossa equipe um gargalo que as fundações acabam não percebendo, a ausência de uma relação próxima com os coordenadores de projeto. Muitos pesquisadores acabam adotando a fundação de apoio correspondente à instituição de ensino em que trabalham para gerir seus projetos, sem muito conhecimento e aprofundamento na escolha.
Esse comportamento acaba restringindo o potencial de atuação das fundações ao território físico em que está estabelecida. No momento em que estamos de comunicação instantânea, se limitar ao ambiente mais fácil de cobrir é colocar a sobrevivência da organização em cheque.
Com o financiamento em pesquisa, ensino e extensão cada vez mais escasso e a crescente lista de exigências em relação à gestão dos recursos captados, agir passivamente dependendo apenas dos projetos da própria universidade também não tem gerado os resultados esperados.
Acredito que em época de crise temos duas opções, reclamar ou agir diferente. Para os japoneses, a palavra crise tem dois significados, perigo e oportunidade. Trazendo para nossa realidade, perigo de fechar as portas da sua fundação ou oportunidade de inovar em ações que potencializem o atingimento de suas metas.
Ok, falamos bonito, mas queremos também te ajudar a esclarecer sobre algumas ações simples que você pode e deve implementar na sua fundação o quanto antes se quiser alavancar os recursos geridos pela sua organização.
Relaxa, seria ótimo se você contratasse uma equipe de comunicação e marketing, criasse um setor e tivesse verba sobrando pra isso, mas sabemos bem que esta não tem sido a realidade da maioria das fundações pelo Brasil. Por isso trouxemos ações simples, pontuais e baratas, que se aplicadas com frequência e empenho, te ajudará a regularmente trazer novos projetos. Vamos começar pelo que já pontuamos rapidamente no texto acima, a sua relação com os coordenadores de projeto.
Como está o seu relacionamento com os coordenadores de projetos clientes da sua fundação?
Aliás, existe algum relacionamento?
Você já se colocou no lugar do pesquisador? Imagina você, com todas as dificuldades conseguiu o financiamento para aquele projeto no qual está investindo o seu tempo e carreira. Colocar alguns milhões nas mãos de uma pessoa fria e distante não te dá nenhuma confiança e segurança, quanto mais será sua primeira opção para o próximo projeto. Temos várias pessoas que lidam com os colaboradores da fundação, os pesquisadores, bolsistas, secretários e todas elas precisam saber com quem de fato estão falando.
Telefonemas rápidos para resolver pendências, e-mails frios com solicitações e alguns encontros protocolados fazem parte do pacote básico, o mínimo que você pode oferecer para um cliente que está depositando confiança na sua organização. Mas sabe aquela sensação de cidade do interior, quando chegamos na padaria e o atendente te chama pelo nome, já sabe o seu pedido, avisa que hoje tem aquele pãozinho que sua filha gosta, aquele sentimento de que aquela pessoa conhece suas necessidades, o que você gosta?
Esse acolhimento e compreensão não tem preço. Em palavras mais formais, estamos falando de empatia, de se colocar no lugar do seu cliente, do coordenador que você atende e depositou o recurso de seu projeto nas mãos dos seus gestores. Já parou pra pensar em como esse cara gostaria de ser tratado?
Não estou falando de novos setores na sua fundação, de investimento financeiro ou nada complexo. A resposta está no simples. Pegue o telefone gestor, ligue para o coordenador e pergunte como pode ajudá-lo. Se estiver próximo, tome um café, conheça as dores do seu pesquisador.
Converse com as diretorias das financiadoras e entenda os desafios que eles estão enfrentando para entender onde e como você deve agir. Cliente a gente conquista e fideliza dia-a-dia, café-a-café e nas despretensiosas conversas ao pé do telefone. Experimente!
Dica extra!
Em qual assunto a sua fundação é referência e quantos dos seus colaboradores são autoridades no mercado?
Uma dica super importante e que muitas organizações não dão a devida atenção é conhecer a fundo o potencial da própria equipe. Pode ser que sua fundação tenha expertise em projetos de determinado nicho ou certos colaboradores tenham experiência e conhecimento em um assunto que é crucial para seus clientes. Se você não utilizar o que já tem a seu favor, ninguém fará isso por você.
Participar de eventos que agreguem valor ao serviço que sua fundação presta ou de eventos que reúna pessoas que trabalham no mesmo setor é extremamente rico para compartilhar aprendizados e aprender como outras fundações. Ver como o outro lida com um problema que pode estar presente nos seus desafios de gestão também é uma oportunidade de otimizar resultados de crescimento.
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Comece a aparecer no meio em que está inserido, debata sobre as dificuldades e se una a parceiros em busca de soluções inovadoras. Dessa forma, sua fundação constrói uma reputação de boa gestão, passa credibilidade para os clientes e quando um coordenador precisar escolher onde confiar seu próximo projeto, o primeiro nome que ele lembrará será o da sua fundação. Faça-se ser visto, escancare suas portas.
